domingo, 29 de agosto de 2010

2ª Semana

Durante o primeiro semestre de 2010 realizei o estágio supervisionado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Senador Alberto Pasqualini, uma escola do Município de Porto Alegre, que está localizada na II Unidade do Bairro Restinga. A turma na qual eu fiz o estágio curricular era uma turma da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Totalidade 2 (T21). Estavam matriculados vinte alunos, no entanto uma média de nove alunos frequentam as aulas. Os alunos tinham idade entre 17 e 82 anos, sendo 12 mulheres e 08 homens. Eles moravam no interior, não havia escola próxima, tiveram que trabalhar ainda muito jovens ou criança, tiveram um dos pais, ou ambos, mortos muito cedo. Estes alunos em suas atividades de trabalho não conseguiram tempo nem condições para estudarem. São: pedreiros, empregadas domésticas, cozinheiras, auxiliar de serviços gerais, costureiras, donas de casa, diaristas. Apenas naquele momento encontraram condições para conseguirem estudar, alguns estavam aposentados, alguns faziam bicos, e outros ainda trabalhavam.

Para a realização deste estágio optei por trabalhar com a criação de programas de rádio. Comecei levando os alunos para a sala de informática, mostrando como se ligava e desligava o computador de início, pois a maioria nunca havia entrado na sala de informática ou trabalhado com um computador, e após trabalhando com outros conhecimentos com relação a informática que eles necessitariam para criar os programas de rádio. Utilizar os meios de comunicação, em especial o rádio, durante o processo educativo é uma forma de estimular os alunos a produzirem textos variados apresentando suas idéias, seus pontos de vista, ou seja, conquistando a autoria. É uma possibilidade dos alunos desenvolverem um trabalho cooperativo para a construção de textos escritos e orais, além de estarem em um processo de alfabetização com diversas mídias. Desta forma desenvolvi programas de rádio com a turma do estágio utilizando o software Audacity.

Para a realização do TCC deste semestre apresento a proposta de analisar este trabalho desenvolvido, tendo como dados os programas realizados pelos alunos, os comentários dos mesmos durante o trabalho e as anotações realizadas neste período tendo como foco a seguinte pergunta:


É possível considerar a criação de programas de rádio como uma arquitetura pedagógica dentro do processo de alfabetização da EJA?

Como embasamento teórico para este trabalho, utilizarei as concepções teóricas do Construtivismo apresentadas por Piaget que também embasam as Arquiteturas Pedagógicas, assim como as idéias de Paulo Freire para a busca de uma pedagogia da incerteza, os documentos que apresentam as diretrizes da EJA e os trabalhos realizados sobre a produção de rádio escolar.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

1ª semana

Para este começo de semestre vou fazer uma reflexão sobre o que eu entendo como uma Universidade, para tal apresento uma fala de João Carlos Salles Pires da Silva, com a qual eu concordo em quase a totalidade: “Uma Universidade autêntica nunca se resume a uma instituição de ensino, nem é sua marca própria a mera prestação de serviços. Uma Universidade pode formar pessoas e ter um ensino de qualidade exatamente pelas pesquisas que desenvolve e pela relação singular e orgânica que estabelece com a comunidade. Assim, como instituição pública, democrática e gratuita de ensino superior, a Universidade se caracteriza por produzir conhecimento, mantendo uma necessária relação com a sociedade em que se insere, de sorte que tal laço indissolúvel entre ensino, pesquisa e extensão deve ser bem mais que uma simples bandeira. Tal laço nos define. Desse modo, dada sua natureza, seu compromisso com a produção de conhecimentos e sua interação com a sociedade, a Universidade torna-se lugar natural de concorrência entre saberes e também de crítica e de reflexão, sendo forte e necessária sua resistência ao que porventura possa ameaçar seu espírito crítico e cívico – espírito mediante o qual ela pode distinguir, por exemplo, os interesses de longo prazo da sociedade dos interesses imediatistas do mercado.”

Fonte: http://www.ffch.ufba.br/IMG/pdf/Programa_de_Gestao_FFCH.pdf

Concordo com o texto que uma instituição ou curso que vise apenas o ensino não é uma Universidade, mas um colégio de terceiro grau. Em uma universidade tem de haver a pluralidade de idéias, de pontos de vista, de conhecimento de teóricos com visões diferentes. Um aspecto importantíssimo é a capacidade da convivência da diversidade e de aceitação da crítica e da avaliação, seja ela positiva ou não. Em uma Universidade não se admite a retaliação daqueles que pensam de forma diferente da maioria, que têm a coragem de expor suas idéias ou o uso do antigo artifício de uso das notas para coagir os que pensam diferente. No entanto nem todas conseguem ser Universidades, e são curso de formação do 3º grau.