sábado, 25 de abril de 2009

6ª semana

Visita ao Município de Mostardas
Hoje estivemos visitando o Quilombo do Casca, no Município de Mostardas, que fica localizado na planície litorânea no istmo entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. Conversamos com os quilombolas, atualmente são aproximadamente 250 pessoas, sobre os problemas que estão enfrentando. Eles estão lutando para recuperar as terras que lhes foram expropriadas e pela titulação coletiva. Com a titulação, esperam alcançar melhores condições de vida, sem a necessidade de suas famílias abandonarem o território em busca de emprego em outras cidades, segundo a representante da Associação dos Quilombolas que conversou conosco.
A história da comunidade de Casca remonta ao final do século XVIII, quando escravos negros foram trazidos para os Campos de Casca, território de propriedade de Francisco Lopes de Mattos e Quitéria Pereira do Nascimento.
Dona Quitéria, como é chamada pelos atuais moradores da comunidade, foi casada com o capitão Francisco Lopes de Mattos. Ambos eram de origem abastada, de famílias da aristocracia rio-grandense-do-sul. Eles eram donos da Fazenda dos Barros Vermelhos e de mais de 20 escravos. O casal não teve filhos, mas criou Ana Joaquina de Souza e o mulato forro Manoel (LEITE, 2002: 107-8).
Em 1794, quatro anos antes de morrer, Francisco fez o testamento do casal, no qual deixou todos os seus bens aos filhos adotivos, parentes e “protegidos”, libertando também alguns escravos. Logo após o seu falecimento, Dona Quitéria mudou-se para Porto Alegre, mantendo escravos e negros forros vivendo em sua fazenda. “É possível depreender através do testamento de Quitéria que a área de Casca era reduto de escravos e libertos morando juntos mediante o consentimento dos senhores, como uma espécie de povoado” (LEITE, 2002: 95). Trata-se de uma situação rara, de cativos e libertos ocupando terras com o consentimento e controle dos seus senhores (LEITE, 2002: 95). De acordo com depoimento de Dona Ilza, membro da comunidade: “Eram escravos que viviam nas terras de Dona Quitéria, mas tinham já o seu meio de trabalhar, tinham casas, já moravam em casas, então eles tinham condições de se desenvolver sozinhos”.No ano de 1824, Dona Quitéria decidiu modificar o testamento feito pelo marido, deixando para os escravos uma porção de suas terras — que eles já ocupavam parcialmente — junto com a alforria. A única condição imposta por Quitéria no testamento foi a inalienabilidade do território doado, ou seja, os quilombolas não poderiam vender a terra e tampouco se desfazer dela. No ano seguinte, Quitéria faleceu e as determinações do testamento foram colocadas em prática. Assim conta Dona Ilza:
“Quando Dona Quitéria libertou nossos antepassados, ela deixou um pedaço de terra, na época eram mais de 2.640 hectares, mas ela também deixou gado, deixou carreta, deixou animais, deixou tudo o que os escravos precisavam pra sobreviver naquela época, deixou jóias... tudo isso ela deixou pros escravos. Quer dizer, ela deixou os seus escravos bem, ela não deixou nenhum escravo rondando.”
Fonte: http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/rs/_casca/casca_testamento.html

domingo, 19 de abril de 2009

5ª Semana

O trabalho do grupo 03 de Filosofia da Educação, ao qual eu pertenço, era defender as posições do antropólogo francês, Claude Lee, as quais apareciam no texto “O dilema do antropólogo francês”. Após ler o texto apresentei os seguintes argumentos justificando a decisão dele: Como, segundo o texto, ele é um pesquisador, e estará temporariamente junto aos habitantes da ilha, não quer usar a sua cultura como parâmetro para julgar os nativos, evitando assim, colocar sua cultura como superior ao do povo pesquisado; o antropólogo mente para ser fiel aos seus princípios; o pesquisador não quer interferir na cultura daquele povo, para não “contaminar” aquela cultura. A colega Eunice apresentou como argumento a questão o pesquisador agir contra a própria consciência valorativa, pois mesmo tendo valores morais que “ditem” como devem ser nossas ações, podemos não seguir essa orientação.Com a apresentação dos argumentos contra e a favor percebi que o texto apresenta um paradoxo, ou seja, é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum

domingo, 12 de abril de 2009

4ª Semana

Durante o trabalho de construção do mosaico étnico-racial fiz algumas perguntas para os alunos pensarem sobre o tema, percebi que 90% dos alunos nunca tinham pensado sobre o assunto. Muitos não têm a menor noção de qual raça ou etnia pertencem seus pais, nem sabem a qual raça, eles mesmos, pertencem. Alguns alunos pertencentes a raça negra vinham me perguntar qual era a sua origem, pois eles não tinham a menor noção, eu tentava fazer eles perceberem pelos traços físicos a que raça pertenciam, mas eles não queriam ou não conseguiam perceber. Alguns resumiram dizendo que eram brasileiros. Algumas outras palavras apareceram como: sarara, branca escura, sarara branca, moreno. Com relação aos hábitos alimentares que mostravam o seu pertencimento racial a situação foi pior, pois os poucos que falaram alguma coisa mostraram total desconhecimento. Um aluno colocou que sua família era de origem alemã e a comida que mostrava isto era a pizza, outro como sendo descende de judeus e italianos e a comida feijão com arroz.

domingo, 5 de abril de 2009

3ª Semana

Esta semana voltei a ler os textos referentes à Epistemologia Genética e mais dúvidas surgiram além de uma questão que não consigo deixar de pensar:"Como de fato isto aconteceria em sala de aula?" Quando estudei a teoria do ensino do Inglês, “Abordagem Comunicativa” na época, tive uma grande facilidade para compreender, pois como aluna de Inglês eu estava vivenciando a teoria na prática e observando a sua eficiência. Agora durante o curso do PEAD fico pensando qual é a teoria que está por traz das atividades: ler textos, responder questões em forma de texto, participar de fóruns, sendo todas as atividades planejadas antes de conhecer os alunos, com as dadas marcadas pelos professores para todos os alunos, assistir aulas expositivas onde o professor detém 90% do tempo com a fala. Será que de acordo com o critério epistemológico de origem do conhecimento isto seria: Interacionismo? Apriorismo? Empirismo?