Durante o curso uma disciplina que ajudou muito apresentando uma visão bem clara, conteúdos, atividades, professores foi a disciplina de EJA. Nesta disciplina não houve enrolação e ela serviu para a construção de uma aprendizagem útil, a qual estou utilizando no TCC agora. Mesmo antes de entrar na turma de EJA do estágio eu já possuía um quadro bem claro da situação. Um exemplo, é o da citação a seguir:
Ele é geralmente o migrante que chega às grandes metrópoles proveniente de áreas rurais empobrecidas, filho de trabalhadores rurais não qualificados e com baixo nível de instrução escolar (muito frequentemente analfabetos), ele próprio com uma passagem curta e não sistemática pela escola e trabalhando em ocupações urbanas não qualificadas, após experiência de trabalho na infância e na adolescência, que busca a escola tardiamente para alfabetizar-se ou cursar algumas séries do ensino supletivo.(Oliveira, 1999).
Quando fui trabalhar na turma percebi que estas eram as características das mesmas: Uma turma com vinte alunos matriculados, no entanto uma média de nove alunos frequentavam as aulas. Os alunos tinham idade entre 17 e 82 anos. Eram 12 mulheres e 08 homens. Sendo quatro menores de 20 anos, três entre 20-30, três entre 40-50 anos, quatro entre 50-60, três entre 60 e 70, dois entre 70-80 e um com mais de 80 anos. Eles moravam no interior, não havia escola próxima, tiveram que trabalhar ainda muito jovens ou criança, tiveram um dos pais, ou ambos, mortos muito cedo. Estes alunos em suas atividades de trabalho não conseguiram tempo nem condições para estudarem. Como atividade profissional eram: pedreiros, empregadas domésticas, cozinheiras, auxiliar de serviços gerais, costureiras, donas de casa, diaristas. E após muitos anos é que encontraram condições para conseguirem voltar a estudar, alguns estão aposentados, alguns fazem bicos, e outros ainda trabalham. A história de quase todos confirma o perfil de alunos desta modalidade de ensino.
Um comentário:
Olá, Darlene:
De fato, a interdisciplina de EJA foi essencial para o entendimento desta realidade que é tão abrangente no Brasil.
É importante não apenas entender o perfil dos alunos, mas também as condições que reforçam esta situação, não é mesmo?
Grande abraço, Anice.
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