domingo, 28 de setembro de 2008

8ª semana

Semana passada participei das Conversações Internacionais, ocasião em que tive a oportunidade de ouvir o professor Jorge Ramos do Ó ,com o tema “A maquinaria escolar moderna entre os séculos XVI a XIX: Estruturas de uma história do presente”. Além de abordar alguns temas já trabalhados por nós na Interdisciplina de Escolarização, Espaços e Tempo na Perspectiva Histórica com o texto “A Maquinaria Escolar” de Julia Varela e Fernando Alvarez , o palestrante tratou de outros assuntos. Aqui seguem algumas afirmações dele que chamaram a minha atenção:
• Embora tenhamos alguns alunos que não conseguem ler, estes mesmos, por outro lado, usam MSN e orkut com muita capacidade de comunicação. Este fato é a primeira vez que ocorre na história da humanidade, ou seja, que a juventude produza e utilize uma forma de comunicação diferente daquela dos adultos.
• Não podemos continuar formando alunos para o passado, aquela sociedade não existe mais, aqueles alunos também não, os problemas e as complicações são diferentes hoje, e serão ainda mais no futuro.
• Os alunos são especialistas em estudar, mas não desenvolvem a capacidade de investigação.
• A internet conseguiu desconstruir os conceitos de tempo e de espaço.
• A escola tem uma estrutura celular (que vem de cela de presídio, hospital, seminário, os alunos são internados). Esta escola faz treino de imobilização e de trabalho árduo.
• As turmas são homogêneas, se algo está fora deste padrão tem de ser eliminado ou contornado com alguma estratégia. Assim os alunos têm de construir sua identidade dentro de um grupo que é muito parecido com ele próprio.
• Foi a escola que reclamou para si a função educativa, antes ela era só instrutiva, por considerar a rua perigosa, para evitar os vícios das famílias. Hoje os professores reclamam deste acumulo de tarefas que todos têm. Hoje se tem como meta produzir um cidadão, antes era um ser culto. O professor não se coloca do ponto de vista do saber, ele quer resgatar o aluno.
• A avaliação é prescritiva, como deve ser o aluno no futuro.Ela está presente em tudo , quase que diariamente, até que o individuo se auto-avalie.
• A escola é uma máquina de formação de comportamentos. A escola tem o poder de perpetuar e não de transformar. Para que haja uma modificação neste sistema é necessário que o aluno deixe de ser leitor e passe a ser escritor, assim o professor perde o controle sobre o aluno e consequentemente o estado.

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